17.1.11

Elas são largas, amargas
De rumores e de rancores
São fúteis, são úteis,
São ondas, redondas, brandas
Contidas, sofridas e divertidas.
São soltas, revoltas, profundas e rubicundas.
São fel, são mel, são sol e são sal.
Elas são amigas, fadigas, fingidas e até cantigas
Também são postiças, também são movediças.
Elas são envolventes e pungentes
Diferentes, eloquentes e estridentes.
São laços, são abraços.
Elas são de alento e de vento.
São alegria, agonia e letargia.
Elas são verdade
E são liberdade
E são saudade.
São doces, calmas e calam as almas.
São ternas, eternas e fraternas.
São cruéis e são fiéis.
São sabor e são saber
Ignorância e redundância
Arrependimento e pensamento.
São fúrias, são injúrias.
Elas são rituais, iguais, fatais
E chegam a ser letais.
São perdões, confissões e sermões.
Elas são rosas, jocosas e famosas.
São sevícias e são carícias.
São esperança e são bonança.
São luar
São de amor e são de amar...

Com a voz vestimos as palavras
Com a voz as desnudamos
(Gláucia Martins)

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